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terça-feira, 10 de dezembro de 2013

Carrie, a Estranha - Critica

Foi na década de 70 que o mundo conheceu a história de Carrie White pela primeira vez. O livro de mesmo nome, primeiro sucesso de Stephen King, foi publicado em 1974, e o primeiro filme, dirigido por Brian de Palma, estreou em 1976.

Carrie poster 19Out2013

Na trama, Carrie White é uma garota que, por causa das restrições excessivas que recebe de sua mãe fanaticamente religiosa, é rejeitada pelos colegas. Essa rejeição passa dos limites quando, ao menstruar pela primeira vez, no banheiro da escola, ela é atacada pelas outras garotas. Nesse mesmo momento, Carrie descobre ter poderes sobrenaturais, e que pode usá-los para proteger a si própria.

Carrie A Estranha 07out2013 10

A primeira versão cinematográfica do clássico de Stephen King toca em pontos delicados (principalmente para a época em que foi lançado), como religião, aceitação social, o poder sexual da mulher e a crueldade adolescente. Décadas mais tarde, essas discussões continuam sendo tabus, mas que são encarados de forma completamente diferente do que em 1974/1976. Visto isso, nada mais justo que adaptar a história novamente, através de um remake ambientado em nossos tempos para que as novas gerações pudessem se identificar. Infelizmente, todo esse conceito parece ter sido perdido no longa que chegou aos cinemas na última sexta, 6 de dezembro.

Dessa vez a direção ficou a cargo da americana Kimberly Peirce (Meninos não Choram), tendo a atriz Chloë Grace Moretz como Carrie, e Julianne Moore como sua mãe.

Todas as cenas emblemáticas do filme de Brian de Palma foram mantidas, dessa vez com efeitos especiais dignos do século XXI. Infelizmente, o que foi adicionado em recursos tecnológicos foi excluído em qualidade. As atuações soam superficiais e algumas cenas, de tão mal construídas, se tornam cômicas. Há desde o abuso de explosões, sangue e sequências em câmera lenta até a repetição exaustiva de uma cena a partir de vários ângulos, no melhor estilo novela das nove.

Carrie A Estranha 27set2013 05

Mesmo Julianne Moore soa forçada dando vida à sua personagem. Sua performance até rende algumas cenas interessantes, mas que ficam apagadas diante de um roteiro tão fraco. Chloë Moretz é a única que, por vezes, parece compreender o que deveria ser a finalidade principal de um remake. Nos traz uma Carrie mais atrevida e bem menos assustada e inocente, que se aproxima mais dos jovens que conhecemos hoje.


Infelizmente, o trabalho de Kimberly Peirce aqui nos decepciona em diversos sentidos. Principalmente por desperdiçar a chance de discutir do ponto de vista do jovem moderno os temas que, depois de tantos anos, continuam atuais. A tecnologia, principal diferença entre a geração de hoje e a do filme de de Palma, tem pouquíssimo destaque. O fato de os bullies que atacam Carrie possuírem celulares e internet, por exemplo, é explorado de uma forma vazia e não convincente. Mesmo com o apelo para chocar com as cenas de morte e os efeitos especiais, o que vemos é um filme bobo, fraco e totalmente desnecessário.

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