Na trama, Carrie White é uma garota
que, por causa das restrições excessivas que recebe de sua mãe fanaticamente
religiosa, é rejeitada pelos colegas. Essa rejeição passa dos limites quando,
ao menstruar pela primeira vez, no banheiro da escola, ela é atacada pelas
outras garotas. Nesse mesmo momento, Carrie descobre ter poderes sobrenaturais,
e que pode usá-los para proteger a si própria.
A primeira versão cinematográfica do
clássico de Stephen King toca em pontos delicados (principalmente para a época
em que foi lançado), como religião, aceitação social, o poder sexual da mulher
e a crueldade adolescente. Décadas mais tarde, essas discussões continuam sendo
tabus, mas que são encarados de forma completamente diferente do que em
1974/1976. Visto isso, nada mais justo que adaptar a história novamente,
através de um remake ambientado em nossos tempos para que as novas gerações
pudessem se identificar. Infelizmente, todo esse conceito parece ter sido perdido
no longa que chegou aos cinemas na última sexta, 6 de dezembro.
Dessa vez a direção ficou a cargo da
americana Kimberly Peirce (Meninos não Choram), tendo a atriz Chloë Grace Moretz como Carrie,
e Julianne Moore como sua mãe.
Todas as cenas emblemáticas do filme
de Brian de Palma foram mantidas, dessa vez com efeitos especiais dignos do
século XXI. Infelizmente, o que foi adicionado em recursos tecnológicos foi
excluído em qualidade. As atuações soam superficiais e algumas cenas, de tão
mal construídas, se tornam cômicas. Há desde o abuso de explosões, sangue e
sequências em câmera lenta até a repetição exaustiva de uma cena a partir de
vários ângulos, no melhor estilo novela das nove.
Mesmo Julianne Moore soa forçada dando
vida à sua personagem. Sua performance até rende algumas cenas interessantes,
mas que ficam apagadas diante de um roteiro tão fraco. Chloë Moretz é a única que, por vezes, parece compreender o
que deveria ser a finalidade principal de um remake. Nos traz uma Carrie mais
atrevida e bem menos assustada e inocente, que se aproxima mais dos jovens que
conhecemos hoje.
Infelizmente, o trabalho de Kimberly
Peirce aqui nos decepciona em diversos sentidos. Principalmente por desperdiçar a chance
de discutir do ponto de vista do jovem moderno os temas que, depois de tantos
anos, continuam atuais. A tecnologia, principal diferença entre a geração de
hoje e a do filme de de Palma, tem pouquíssimo destaque. O fato de os bullies
que atacam Carrie possuírem celulares e internet, por exemplo, é explorado de
uma forma vazia e não convincente. Mesmo com o apelo para chocar com as cenas
de morte e os efeitos especiais, o que vemos é um filme bobo, fraco e totalmente
desnecessário.
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