Recentemente o RPG de plataforma "Child of Light" foi lançado pela Ubisoft, companhia já conhecida por valorizar a direção de arte em seus jogos. O jogo chama atenção não só pela narrativa inusitada (poucos títulos abordam de maneira séria fábulas e contos de fadas, ao menos atualmente) mas também pelo empenho em procurar imergir o jogador dentro da história. Música, interface, arte gráfica, história contada através de rimas, tudo foi feito com a intenção de preservar o caráter quimérico presente em contos de fadas.
“A Rainha Negra roubou o Sol, a Lua e as estrelas. Você joga como Aurora, uma jovem princesa com um coração puro, cuja alma é levada para o reino de Lemuria. Embarque em uma jornada para recuperar as três fontes de luz, derrotar a Rainha Negra e restaurar o reino de Lemuria”, sinopse oficial divulgada pela Ubisoft.
Principalmente devido ao modo como a narrativa é contada, através de rimas, não é difícil encontrar comentários que se refiram à obra como "poesia em forma de jogo", "literatura em game" e "aquarela viva no videogame", este último se referindo à arte gráfica do game.
A arte gráfica dedicou-se fielmente à gravuras características de contos de fadas, uma das características que tornam o jogo extremamente bonito. |
Child of Light quebra o paradigma que separava o clássico do contemporâneo, de maneira irônica, mostrando que a união é possível desde que se respeite o limite de ambos (algo que vem geralmente de jogos indie, e mesmo assim ainda raro). Infelizmente, este "conservadorismo" em relação ao clássico e contemporâneo não é exclusividade dos jogos, e por isso Child of Light tem um valor subjetivo muito alto.
O jogo fez um sucesso considerável, levando em conta que não é o carro-chefe da empresa, e ainda mais quando lembramos que o game nadou contra a correnteza dentro da própria companhia, em um ano de lançamentos como Watch_Dogs e The division.
Journey (2012) também foi uma obra que surpreendeu pela arte envolvida no jogo. Há um post aqui, de Danilo Silva, que fala sobre o valor dos Indies Games e de como essas iniciativas são importantes. |
Não é a primeira vez que um game aborda uma temática tão original, mas é um dos games que mais surpreenderam na abordagem, e a primeira vez que uma grande publicadora se arrisca dessa forma.
Espero que Child of Light não seja considerado como um jogo apenas original, como um lançamento arriscado bem sucedido, mas que quebre, definitivamente, o "conservadorismo" supracitado.
Por: Paulo Ricardo de Oliveira
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