Pages

domingo, 7 de julho de 2013

Turma da Mônica: Laços - Critica


Realmente, a parte mais difícil de começar a escrever sobre Turma da Mônica: Laços é como começar. Usemos o clichê e comecemos pelas informações. Se você não sabe ainda, há algum tempo a Turma da Mônica tem o selo MSP que vem transformando as aventuras da turma do bairro do limoeiro em releituras doces e bem-vindas. Laços é apenas a segunda a sair com esse selo, anteriormente tivemos o prazer de nos depararmos com Astronauta Magnetar de Danilo Beyruth que tinha como protagonista o Astronauta, pesquise e se delicie, é muito bom também.




Porém, Laços - nossa graphic novel em questão - é algo sublime. Por Vitor Cafaggi e Lu Cafaggi, irmãos belo-horizontinos, nos é entregue uma obra prima e uma das mais belas perspectivas da Turma da Mônica já lançada. Com um traçado certeiro aos olhos dos leitores, Vitor Cafaggi deixa claro que teve uma cuidado imenso com este trabalho e com as cores de Lu Cafaggi podemos perceber o trabalho amoroso e sucinto ao longo das páginas. 
A trama é simples: Floquinho, cãozinho de Cebolinha, sumiu! Junto com Mônica, Magali e, claro, Cascão, Cebolinha parte em busca do seu fiel amigo. Porém, conforme chegam perto e mais perto, mais desafios aparecem.
Por mais simples que possa parecer, o livro é recheado de tesouros. Logo no começo da estória nos deparamos com Mônica, com Sansão nas mãos, correndo atrás de Cebolinha e Cascão numa bela sequencia onde Xaveco, o Pai do Xaveco, Xabéu, Maria Cascuda, Denise, Titi e Marina aparecem, e Magali, claro, aparece em destaque comendo. Após alguns quadrinhos, não precisamos de mais nada, todos os personagens estão ali fazendo o que eles sempre fizeram e sendo quem eles sempre foram, e antes que perceba, é como se a estória fosse como qualquer outra porque estamos tão familiarizados com tais personagens que nem ao menos percebemos.
É possível notar também o cuidado que os irmãos Cafaggi tiveram com as composições de cena, os cenários e até os balões de dialogo. Conforme passamos as páginas, é possível notar o passar das horas e para cada horário diferente, uma tonalidade de céu característico àquela hora. Os balões de dialogo tem puxações que se laceiam antes da ponta final, em direção ao personagem que está falando. Fora isso, é possível notar que a estória é realmente toda laciada, do inicio ao fim, e a declaração do Mauricio no inicio da revista de que os laços são mais fortes que os nós faz todo sentido, afinal, a Turma da Mônica é forte por si só, mas de quantas maneiras ela pode ser vista? E, ao longo dos anos, o que a turminha deixou em você? Como se isso não fosse o bastante, a HQ faz referencia até a filmes como Warriors e talvez até a Jurassic Park. É importante dizer que a estória gira em torno de Cebolinha, e isso fica até bem óbvio quando no meio da revista os amigos saem atrás de Floquinho e Mônica diz "É a Turma da Mônica! Ho!" e Cebolinha repreende "Tulma da Mônica? Eu sempre vi como Tulma do Cebolinha". Não que o Cebolinha seja um personagem secundário, mas assim como aconteceu com Astronauta na MSP anterior, Cebolinha ganha destaque e profundidade em Laços, mas mesmo assim, com o holofote em Cebolinha, toda a turminha recebe atenção. Para a próxima Graphic Novel, personagens como Penadinho, Louco, Rodo e Franjinha são bons nomes da turma para receber esse presente.

Notável, bela e um must-read de 2013, a Turma da Mônica se prova como tesouro nacional sendo tocante e comovente de um jeito simples, mas rico como sempre foi. Definitivamente, após todos esses anos, esta é a prova de que os laços são mais fortes que os nós.





Skoob: Danilo Silva

Por: Danilo Silva

0 comentários:

Postar um comentário