Os mais rápidos já
devem ter assistido ao esperado filme dirigido por Baz Luhrmann (Moulin Rouge, Romeu + Julieta), que chegou aos cinemas
brasileiros no último dia 7. Mas para aqueles que não viram ainda, pensar duas
vezes antes de comprar os ingressos é uma ótima dica.
O longa, adaptação da
obra de F. Scott Fitzgerald, acompanha Nick Carraway
(Tobey Maguire), um jovem que, em busca de sucesso no mercado de ações, se muda
pra Nova York nos prósperos anos da década de 20. Em meio às festas da alta
classe, se vê amigo do misterioso (e milionário) Jay Gatsby (Leonardo
DiCaprio), que pouco depois descobre ser apaixonado por sua prima, Daisy
Buchanan (Carey Mulligan), casada com Tom Buchanan (Joel Edgerton). Conforme acontece a reaproximação de Gatsby e Daisy, fica cada vez mais
tensa e perigosa a situação dos personagens.
Em meio a festas sem fim e cenários extravagantes,
fica claro que a principal ideia do filme é retratar o contraste “bolso
cheio/coração vazio” presente em quase todos que fazem parte da trama. Tarefa,
em partes, bem sucedida. Principalmente por conta do ótimo trabalho de todo o
elenco.
Tobey Maguire, claro, nunca deixa a desejar
interpretando o jovem ingênuo e bem intencionado. Assim como Carey Mulligan e
Leonardo DiCaprio, este com seu já muito conhecido talento sempre evidente. Joel
Edgerton se destaca, mesmo com um personagem secundário, principalmente por não
perder as rédeas mesmo em meio às variações de humor de Tom Buchanan.
Fotografia e Direção de Arte também nos dão uma
produção visualmente prefeita, assim como os belos figurinos. São esses, junto
com a atuação, os pontos que permitem que a experiência de assistir aos 142
minutos de filme não seja uma completa decepção.
Infelizmente, em vários momentos, os erros se
sobrepõem aos acertos. A começar pelo roteiro que, mesmo com ótimo enredo e
ótimos atores, não consegue aprofundar o espectador na trama, utilizando por
diversas vezes uma narração exagerada para preencher lacunas que não existiriam
se os personagens fossem melhor aproveitados.
A trilha sonora, que mistura músicas atuais de
artistas como Lana del Rey, Beyoncé, Jay-Z
e Jack White com o clima de festas da década de 20, oscila do início ao
fim: ora funciona perfeitamente, ora se mostra apenas desnecessária.
Com essa quarta adaptação da obra de F. Scott
Fitzgerald, em meio a tantos aspectos positivos e negativos, a conclusão a que
se chega é que, ao fim de tudo, temos todos os ingredientes para sair da sessão
tanto satisfeitos quanto decepcionados.
Por: Matheus Souza
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